Gases inertes e estudo sobre fumaça, névoa e calor

GASES INERTES

 Os gases comprimidos podem ser classificados como:

Oxidantes, Inertes e Inflamáveis.


Oxidantes

Oxidantes não são inflamáveis ​​por si próprios, mas vão contribuir para a combustão, como um oxidante. Gordura ou óleo não são aceitáveis em combinação com substâncias oxidantes. Alguns oxidantes comuns: Ar, Cloro, Flúor, Óxido Nítrico, Dióxido de Nitrogênio, Oxigênio e outros.


 Gases inertes

Gases inertes não tomam parte nos processos de combustão e não reagem com outros materiais. Um gás inerte fornecido para uma sala ou espaço limitado irá reduzir a quantidade de oxigênio e limitará um processo de combustão em um incêndio. Gases inertes são utilizados em sistemas de extinção de combustão em casos em que é importante evitar danos causados ​​pela água - salas ou painéis com equipamentos eletroeletrônicos energizados, etc. Alguns gases inertes: Argônio, Dióxido de Carbono, Hélio, Néon, Nitrogênio, Xênon e outros.


  Gases inflamáveis

Gases inflamáveis ​​em conjunto com o ar ou oxigênio na concentração correta queima ou explode na presença de uma fonte de ignição. Se a mistura for pobre demais ou rica demais a mistura não se inflama. Alguns gases inflamáveis​​:Acetileno, Amônia, Arsina, Gás butano, Ciclo propano, Etano, Etileno, Cloreto de etila, Hidrogênio, ISO – butano, Metano, Cloreto de Metilo, Propano, Propileno, Silano, e outros.



FUMAÇA – UM PROBLEMA A SER CONTROLADO


Os pulmões e as vias aéreas são mais vulneráveis a lesões decorrentes de incêndio que outras áreas do corpo, em virtude de os sinistros, sejam ao ar livre ou confinado, apresentarem atmosfera potencialmente tóxica. Por isso, somente bombeiros treinados e protegidos, adequadamente, devem efetuar o combate ao fogo.

Segundo o artigo “Lesão por inalação de fumaça”, do Jornal de
Pneumologia (Souza, R. e outros), a lesão inalatória é resultante do processo inflamatório das vias aéreas após a inalação de fumaça, sendo a principal responsável pela mortalidade de vítimas de queimaduras.

A presença de lesão inalatória por si só aumenta em 20% a mortalidade associada à extensão da queimadura.
Existem quatro mecanismos de lesão inalatória associada a incêndio:

- Deficiência de oxigênio;
- Demperatura elevada;
- Partículas encontradas na fumaça; e
- Gases tóxicos associados ao incêndio.

Em todos esses casos, a prevenção das lesões reside no uso do equipamento de proteção respiratória descrito no Módulo 3 deste manual.
Sem esse tipo de equipamento, os bombeiros estarão se expondo à condição de muito perigo. A utilização de oxímetro de pulso em vítimas de intoxicação por fumaça será inútil, pois esse tipo de equipamento não possui capacidade de diferir os comprimentos de onda gerados pela oxihemoglobina ou pela carboxihemoglobina, fornecendo valores errôneos, ou seja, altos valores da concentração de oxigênio na corrente sanguínea.



Deficiência de oxigênio

O processo de combustão consome oxigênio enquanto produz gases tóxicos que ocupam o espaço do oxigênio ou diminuem sua concentração. Quando a concentração de oxigênio é menor que 18% o corpo começa a reagir, aumentando a freqüência respiratória.

São sinais e sintomas da deficiência de oxigênio:

- Diminuição da coordenação motora;
- Tontura;
- Desorientação;
- Dor de cabeça;
- Exaustão;
- Inconsciência; e
- Morte.

Além dos incêndios, a deficiência de oxigênio pode ocorrer em ambientes confinados, como silos ou cômodos protegidos por sistema de extinção de incêndio por gás carbônico (CO2), após o seu acionamento.



Temperatura elevada

A ação decorrente da temperatura da fumaça inalada raramente provoca lesões abaixo da laringe. Apesar de possuir alta temperatura, a fumaça tende a ser seca, o que diminui muito o potencial de troca de calor.

As lesões em vias aéreas superiores (nariz e boca) são caracterizadas pela presença de vermelhidão, inchaço e feridas, podendo haver sangramento local ou mesmo obstrução da área atingida. Se a fumaça estiver misturada a vapor úmido, o dano é ainda maior.

A entrada repentina de ar quente nos pulmões pode causar queda de pressão e falha do sistema circulatório.  

Também pode ocorrer edema pulmonar, que é o inchaço por acúmulo de fluidos nos pulmões, levando à morte por asfixia. O dano aos tecidos respiratórios causado pelo ar quente não é revertido, imediatamente, pela inalação de ar fresco.


Partículas encontradas na fumaça

A fumaça produzida pelo incêndio é uma suspensão de partículas de carbono, alcatrão e poeira, flutuando numa combinação de gases aquecidos. As partículas fornecem uma área para condensação de alguns dos gases da combustão, especialmente ácidos orgânicos e aldeídos.

Algumas dessas partículas suspensas na fumaça são apenas irritantes, mas outras podem ser letais. O tamanho das partículas determina o quanto elas irão penetrar no sistema respiratório desprotegido.





INGESTÃO DE LEITE EM CASOS DE INTOXICAÇÃO PROFISSIONAL

Eu não iria postar este estudo, mas re-considerei e decidi postar sim. Afinal os lendários fins medicinais do leite pairam até hoje em nosso meio. Então vale a pena ressaltar os ponto positivos e negativos deste alimento.

Entre pessoas que trabalham com tintas, vernizes, solventes, poeiras e fumaças é comum a crença de que o consumo de leite protege o organismo de elementos nocivos.
Como alimento, o leite possui muitas qualidades necessárias ao organismo humano. Entretanto, em condição de incêndio, pode provocar dores abdominais, diarréia, vômitos e coceiras pelo corpo.

Não há, até o momento, nenhum estudo científico que comprove o poder antitóxico do leite

Portanto, sua utilização pelos bombeiros afetados por incêndio não deve ser admitida, a menos que sob prescrição médica, após atendimento intra-hospitalar.




ESTRESSE OU FADIGA PELO CALOR

O grau de conforto humano em um ambiente depende da umidade, temperatura e velocidade do ar. Em condições de temperatura alta, como o caso de incêndios, o bombeiro tende a diminuir os seus movimentos, mesmo que inconscientemente. A capacidade muscular se reduz, o rendimento diminui e a atividade mental se altera, podendo haver perturbação da sua coordenação sensório-motora.

A freqüência de erros e acidentes tende a aumentar, pois o nível de vigilância diminui, principalmente, a partir de uma temperatura ambiente de 30 oC. Incêndios urbanos podem atingir 1000 oC no nível do teto. Se for associada alta temperatura ambiente com esforço intenso, condições comuns em incêndios estruturais, o tempo será fator determinante para a eficiência dos bombeiros no combate.

A exposição prolongada força o organismo e, ainda que não se sofra queimadura ou intoxicação por fumaça, é possível que o bombeiro apresente um quadro de estresse ou fadiga intensa. O próprio equipamento de proteção individual e respiratória
(EPI/EPR) é pesado, incômodo, quente e limita os movimentos. Porém é a única forma de proteção contra os efeitos danosos dos componentes do incêndio. Acostumar-se a usá-lo diminui o estresse causado por seu porte.

Cada bombeiro deve saber identificar, em si mesmo e nos demais componentes da guarnição, os sintomas de estresse ou fadiga pelo calor. Os comandantes de socorro e chefes de guarnição devem ter o controle do tempo e das condições sob as quais os bombeiros, sob sua responsabilidade, estão atuando, para revezamento do pessoal no combate, de forma eficiente.

















































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