Noções de Colapso estruturais

COLAPSOS ESTRUTURAIS

Anomalias em edificações

Todos os materiais que compõem as construções são susceptíveis a alterações por diversos motivos, sejam eles fatores naturais, humanos ou construtivos.
Diante dessas situações, as edificações podem sofrer algumas deformações ou patologias, que a partir daqui serão denominadas anomalias, dentre as quais os bombeiros podem identificar:

rachaduras (também conhecidas como trincas ou fissuras);
vazamentos e infiltrações;
corrosão de ferragens;
recalques;
desplacamento de revestimentos; e
problemas em marquises.

5.1.1 Rachaduras, trincas ou fissuras

São aberturas de maior ou menor extensão nas superfícies das construções (paredes, tetos e lajes), as quais são classificadas quanto:


Quanto ao sentido:

As rachaduras de sentido vertical, horizontal ou aleatória são, geralmente, decorrentes do:

próprio peso da estrutura;

alterações climáticas;

retração dos produtos à base de cimento; e

deformações excessivas.

Quando essas anomalias aparecem entre a alvenaria e a peça estrutural – vigas ou pilares – provavelmente é motivada pela deficiência da amarração, que é a junção das paredes com as vigas.
Em geral, as fissuras diagonais, com angulação de aproximadamente 45o, aparecem devido a alterações no solo de fundação, em que a edificação ou parte de sua estrutura diretamente envolvida tende a se acomodar (recalques), tratando-se de um problema estrutural mais grave.



Vazamentos e infiltrações

Vazamentos são locais por onde escoam líquidos, gases e demais produtos que passam por tubulações ou envasados.
Infiltração é o processo de passagem ou acúmulo de um líquido por um meio sólido, como uma laje ou parede.
Nos incêndios podem ocorrer ambos os processos, porém serão visualizados mais facilmente os vazamentos, já que as infiltrações são processos mais longos e geralmente perceptíveis após um dano.
Os motivos mais comuns para a ocorrência dessas anomalias são os rompimentos de tubulações, estado precário ou ausência da impermeabilização, baixa qualidade de rejuntes de revestimentos cerâmicos (pisos e fachadas), manutenção inadequada de reservatórios ou tubulações.
Com a ocorrência de uma ou mais situações anteriormente mencionadas, pode-se iniciar uma gradativa deterioração dos materiais construtivos, situações que podem ser agravadas durante o combate ao incêndio, exigindo dos bombeiros atenção e cuidados.



Corrosão de ferragens

A corrosão é uma reação química lenta, na qual acontece uma deteriorização gradual e quase imperceptível do material, exatamente como ocorre com a ferrugem.
As ferragens que compõem as estruturas serão atingidas pelo processo de corrosão, principalmente quando ocorrem infiltrações ou exposição às intempéries.

Suas principais conseqüências são:

perigosa expansão da malha de ferragens, causando trincas e desagregação, em placas ou “farelos”, do concreto que a recobre;

perda da segurança das peças estruturais (vigas, lajes, pilares, marquises);

perda da aderência entre o concreto e as ferragens;

diminuição da resistência da estrutura; e

ruptura da armação e/ou do concreto, causando o colapso de estruturas.

No caso de incêndio, o descolamento de pedaços de concreto sugere risco iminente para as guarnições. Os locais devem ser interditados e isolados, pois tais características sugerem ações de escoramento emergencial, as quais devem ser realizadas por equipes especializadas e treinadas.




Anomalias causadas por incêndios

Em decorrência do comportamento dos incêndios, os materiais componentes das estruturas das edificações podem sofrer algumas alterações, em seu aspecto e forma devido à exposição ao calor, tais como:
calcinação (aquecimento em altíssimo grau) e esfoliação
(esfarelamento) do concreto;

deformações acentuadas das estruturas;

concreto desagregado;

perda da aderência entre o aço e o concreto; e

diminuição da capacidade de resistência.

Para melhor entender as características das anomalias que podem ser encontradas em decorrência dos incêndios, segue a Tabela 7, que relaciona a evolução do comportamento do concreto em função da elevação da temperatura ambiente.


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