Mangueira de combate a incêndio - Armar linhas
LINHAS DE COMBATE COM
MANGUEIRAS
Linhas
de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um sistema para
o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha
de ataque, linha direta e linha siamesa.
Linha
Adutora
É
aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um
reservatório. Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura, e de uma
expedição até o derivante, com diâmetro mínimo de 63mm.
Linha
de Ataque
É o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo,
isto é, a linha que tem um esguicho numa das extremidades. Pela facilidade de
manobra, utiliza-se, geralmente, mangueira de 38mm.
Linha
Direta
É
a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz,
diretamente, a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.
Linha
Siamesa
A
linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a
conduzir água da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única
linha, até o esguicho. Destina-se a aumentar o volume de água a ser utilizada.
GUARNIÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO
A guarnição completa é composta por seis bombeiros, sendo
atribuído a cada componente um número, de forma a identificar sua função:
Nº
|
Função
|
Sigla
|
1
|
Chefe
da Linha da Direita
|
CLD
|
2
|
Auxiliar
da Linha da Direita
|
ALD
|
3
|
Operador
e condutor da viatura
|
OCV
|
4
|
Comandante/Coordenador
da Guarnição
|
CRGU
|
COMANDAMENTO
Toda ocorrência de incêndio requer
uma avaliação inicial e uma organização de tarefas para seu sucesso. Por isso,
toda guarnição terá um comandante. Caberá a este avaliar a cena da ocorrência,
gerenciar os riscos e traçar estratégias para um combate eficaz e se seguro.
Como conseqüência disso, cabe ao
comandante da guarnição distribuir as funções de cada componente da guarnição,
de acordo com sua experiência, conhecimento técnico e especialidade. Para
definir o que cada um deverá fazer na ocorrência, o comandante, após avaliar a
situação colocará sua guarnição em forma e determinará suas ações.
Sugere-se, que no início do serviço,
cada comandante de guarnição faça um
simulado dos procedimentos de armar
estabelecimentos para condicionar cada qual em sua função. Tão logo a
guarnição chegue ao local da ocorrência, cada integrante deverá ter sua função
previamente definida e entrará em forma de acordo com o especificado nos
esquema 1 ou 2, dependendo do caso. O comandante fará uma avaliação inicial da
cena do incêndio e repassará as orientações e dará o comando de como proceder,
da seguinte forma:
Atenção
Guarnição
Armar
um estabelecimento com dois lances de mangueira na adutora;
Com
duas linhas de ataque de um lance de mangueira cada uma;
Linha
da direita ataque em tal ponto;
Linha
da esquerda atacar em tal ponto;
Bomba
armar.
Neste
momento o comandante também determinará se há a necessidade de se efetuar
buscas no interior da edificação, se há necessidade de uso de proteção
respiratória ou se proceda às ações de salvamento de pessoas.
MONTAGEM
DAS LINHAS DE COMBATE
Chama-se
Linhas de combate ou estabelecimento, o conjunto de linhas de mangueiras
destinadas ao combate ao incêndio. Para cada situação poderá ser montado um
estabelecimento diferente, ficando a decisão a critério do comandante da
guarnição.
A
primeira preocupação é a montagem da linha adutora. Como tal linha visa
conduzir água de um manancial até um divisor (derivante), é natural que se dê
prioridade para sua montagem.
A princípio, é função do auxiliar da linha da
direita fazer a montagem da linha adutora. Porém, se a linha possuir mais de um lance de
mangueira, o auxiliar da linha da direita, o chefe da linha da esquerda e o
chefe da linha da direita, respectivamente, deverão se encarregar desta
montagem. A linha adutora sempre será montada, no mínimo, com uma mangueira de
63 mm (2 ½ polegadas)
O
comandante conduzirá o derivante o mais próximo possível do incêndio, onde será
conectado na linha adutora. Do derivante sairão as linhas de ataque, tantas
quantas sejam determinadas pelo comandante. Existem derivantes com duas ou três
saídas. Conectada a linha adutora, o comandante ordenará “ÁGUA NA ADUTORA”,
para que o Operador e condutor da viatura pressurize a linha. O próximo passo é
a montagem das linhas de ataques, que normalmente utilizam lances de mangueira
de 38 mm (1½ polegadas). Cabe a cada auxiliar montar sua respectiva linha de
ataque, conectando a mesma ao derivante e entregando a outra ponta da mangueira
ao chefe da linha para a conexão ao esguicho. Tão logo esteja a linha montada,
cabe ao chefe da linha ordenar “ÁGUA NA
LINHA (DIREITA OU ESQUERDA)”.
Com isto o comandante liberará água para a linha
que começará as ações de combate ao fogo. É imprescindível que a linha da
direita seja a primeira a ser montada e dar início ao combate. Tão logo as
linhas de ataque estejam montadas, os auxiliares de linha se posicionarão atrás
do respectivo chefe de linha, para auxiliá-lo nas ações de combate.
Montagem
de estabelecimento com uma adutora e duas linhas de ataque
Comandante
da Gu
Conduzirá
o derivante até um local bem próximo ao incêndio. Aguardará a conexão da linha
adutora pelo auxiliar da linha da esquerda e determinará a pressurização da
rede através do comando “ÁGUA NA ADUTORA”. Aguardará a conexão das linhas de
ataque e liberará o registro do derivante a partir do comando do chefe de cada
linha. Posicionar-se-á de forma a visualizar toda a ação da guarnição e
evolução dos trabalhos.
Chefe
da linha da direita
Conduzirá um esguicho até o local próximo ao
combate. Conectará a junta da mangueira da linha de ataque ao esguicho e pedirá
“ÁGUA NA LINHA DA DIREITA” e iniciará o combate ao fogo.
Chefe
da linha da esquerda
Conduzirá um esguicho até o local próximo ao combate.
Conectará a junta da mangueira da linha de ataque ao esguicho e pedirá “ÁGUA NA
LINHA DA ESQUERDA” e iniciará o combate ao fogo.
Auxiliar
da linha da Direita
Lançará
a linha de ataque e entregará a ponta da mangueira ao chefe da linha da
direita. Conectará a linha de ataque na linha adutora e se posicionará atrás do
chefe da linha da direita de forma a dar-lhe sustentação e segurança, bem como
auxiliá-lo no que for necessário.
Auxiliar
da linha da esquerda
Lançará a linha adutora entregando a
ponta da mangueira ao operador e condutor da viatura. Conectará a linha adutora
ao derivante. Buscará no caminhão uma mangueira de 38 mm (1½ pol), lançará a
linha de ataque e entregará a ponta da mangueira ao chefe da linha da esquerda.
Conectará a linha de ataque na linha adutora e se posicionará atrás do chefe da
linha da esquerda de forma a dar-lhe sustentação e segurança, bem como
auxiliá-lo no que for necessário.
Condutor
e operador de viatura
Posicionará a
viatura em local seguro e sinalizará o local. Providenciará o isolamento do
local da ocorrência; conectará a linha adutora ao caminhão e pressurizará a
rede de acordo com a ordem do comandante da guarnição. Operará a bomba de forma
a manter a pressão na rede, bem como informará ao comandante da quantidade de
água utilizada.
Durante as operações de combate a incêndio, deve-se
evitar:
• Arrastá-las, estando ou não pressurizadas, sobre
superfícies ásperas ou aquecidas, quinas vivas e outros materiais que podem
cortá-las ou causar o seu estrangulamento.
• Arrastá-las sobre produtos ácidos, derivados de
petróleo e outros que possam enfraquecer as suas fibras.
• Que as juntas de união batam no solo ou que caiam
objetos sobre elas.
• Que veículos passem sobre as mangueiras (utilizar
passagem de nível para protegê-las).
• Que as mangueiras formem dobras ou quinas, mas
somente de modo que fiquem curvas (formando o seio da mangueira) ou retas.
Após cada operação de combate a incêndio, deve-se:
• Fazer a limpeza da mangueira com água, tendo
o cuidado de remover barro, lama, poeira ou outra substância que a tenha
atingido.
• Fazer uma inspeção visual detalhada nas
mangueiras, com a finalidade de detectar avarias na sua camada externa e em
suas juntas. Aquelas reprovadas na inspeção deverão ser retiradas da viatura e
levadas ao serviço de manutenção, para passarem por uma nova empatação das juntas
de união, ou para limpeza, no caso de terem sido atingidas por graxas, óleos,
ácidos ou outros produtos mais difíceis de serem removidos. As que não
apresentarem condições de recuperação serão retiradas do serviço,
definitivamente descartadas ou ainda aproveitadas nas instruções, como
proteções de quinas.
• Escoar toda água da mangueira e colocá-la
para secar à sombra, em local arejado e, preferencialmente, pendurada com
as juntas de união para baixo.
• Lembrar de substituir as mangueiras que
foram para manutenção ou secagem, a fim de que, no atendimento a outra
ocorrência, os equipamentos estejam dentro da viatura e em condições de uso.
• Acondicionar as mangueiras, após a secagem,
com os cuidados anteriormente descritos.
Mangueira Tipo 2 - Destina-se a edifícios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2).
Mangueira Tipo 3 - Destina-se a área naval e industrial ou Corpo de Bombeiros, onde é indispensável maior resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm2).
Mangueira Tipo 4 - Destina-se a área industrial, onde é desejável maior resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2).
TIPOS DE MANGUEIRAS DE COMBATE
A INCÊNDIO
O tipo da mangueira deve estar marcado nas duas
extremidades do duto flexível.
Certifica-se de que o tipo de mangueira de incêndio é adequado ao local e as condições de aplicação conformam a norma NBR 11861:
Mangueira Tipo 1 - Destina-se a edifícios de ocupação
residencial. Pressão de trabalho máxima de 980 kPa (10 kgf/cm2).Certifica-se de que o tipo de mangueira de incêndio é adequado ao local e as condições de aplicação conformam a norma NBR 11861:
Mangueira Tipo 2 - Destina-se a edifícios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2).
Mangueira Tipo 3 - Destina-se a área naval e industrial ou Corpo de Bombeiros, onde é indispensável maior resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm2).
Mangueira Tipo 4 - Destina-se a área industrial, onde é desejável maior resistência à abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2).
Mangueira Tipo 5 - Destina-se a área industrial, onde é desejável uma alta resistência à
abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2).
Verificar se a pressão na linha é compatível com a
pressão de trabalho de mangueira.
PRINCIPAIS DICAS
A mangueira de incêndio deve ser utilizada por
pessoal treinado.
Não arrastar a mangueira sem pressão. Isso causa
furos no vinco.
Não armazenar sob a ação direta dos raios solares
e/ou vapores de produtos químicos agressivos.
Não utilizar a mangueira para nenhum outro fim
(lavagem de garagens, pátios etc.) que não seja o combate a incêndio.
Para a sua maior segurança, não utilize as
mangueiras das caixas/abrigos em treinamentos de brigadas, evitando danos e
desgastes. As mangueiras utilizadas em treinamento de brigadas devem ser
mantidas somente para este fim.
Evitar a queda das uniões.
Nunca guardar a mangueira molhada após a lavagem,
uso ou ensaio hidrostático.
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